O avanço das inteligências artificiais generativas impulsionou novas abordagens no marketing digital e trouxe à tona novas siglas. Uma delas é o GEO, sigla para Generative Engine Optimization, conceito associado à otimização de marcas e conteúdos para aparecer em respostas geradas por inteligências artificiais.
Paralelamente a esse movimento, surgiram discursos afirmando que o SEO, sigla para Search Engine Optimization, teria perdido relevância ou até deixado de existir. Especialistas da área alertam, no entanto, que essa narrativa não encontra respaldo nos dados nem na prática do mercado e pode levar empresas a decisões estratégicas equivocadas.
O que estudos recentes e testes práticos indicam é que o GEO surge como uma evolução dentro do próprio SEO, utilizando fatores já consolidados e ampliando sua importância em um cenário no qual buscadores tradicionais e inteligências artificiais passam a coexistir.
GEO não substitui o SEO, ele se apoia em seus fundamentos
Segundo Luciano Arthur, fundador da Escola de SEO e especialista em Search Engine Optimization há mais de 15 anos, o GEO utiliza alguns dos pilares que historicamente sustentam o ranqueamento orgânico nos mecanismos de busca, tema também abordado em seu curso de SEO voltado à formação de profissionais da área.
"O GEO utiliza alguns fatores de ranqueamento tradicionais do SEO, elevando eles à potência. Estrutura técnica, autoridade de marca, qualidade de conteúdo e menções em veículos relevantes continuam sendo determinantes para aparecer tanto no Google quanto nas respostas das inteligências artificiais", afirma Luciano.
Luciano Arthur é também o responsável pelo canal da Escola de SEO no Youtube, com mais de 180 mil inscritos, onde publica análises técnicas, estudos de mercado e testes práticos realizados com clientes e alunos.
Estudo da Ahrefs reforça a relação entre SEO e respostas de IA
A visão defendida pelo especialista encontra respaldo em um estudo recente publicado pela Ahrefs, uma das ferramentas de SEO mais respeitadas do mercado global. A pesquisa analisou mais de 75 mil marcas e avaliou a correlação entre menções de marca e a presença dessas empresas nos chamados AI Overviews e em respostas geradas por inteligências artificiais.
De acordo com o estudo da Ahrefs, marcas que apresentam maior volume de menções na web, uso consistente do nome da marca em âncoras e maior reconhecimento de marca tendem a ter maior probabilidade de serem citadas ou utilizadas como referência nas respostas das inteligências artificiais. O levantamento indica que sinais relacionados à visibilidade e autoridade de marca, tradicionalmente trabalhados dentro de estratégias de SEO, continuam relevantes mesmo em ambientes baseados em IA, ainda que se trate de correlação e não de relação causal direta.
Testes práticos confirmam o comportamento observado
Além do estudo da Ahrefs, testes práticos realizados por agências especializadas e por alunos da Escola de SEO indicam o mesmo padrão. Projetos que mantêm uma estratégia sólida de SEO tradicional apresentam maior visibilidade tanto nos resultados orgânicos do Google quanto nas respostas geradas por ferramentas como ChatGPT e Gemini.
Segundo Luciano Arthur, esse efeito tende a ser ampliado quando o trabalho de SEO é combinado com estratégias de fortalecimento de marca em veículos de mídia e portais reconhecidos, reforçando sinais de autoridade e confiança.
O fato é que tanto o Google quanto as inteligências artificiais dependem da produção contínua de conteúdo, seja texto ou vídeo, feita por pessoas para alimentar seus sistemas. Esse sempre foi um dos pilares centrais de um bom trabalho de SEO. Como o especialista costuma reforçar em seus conteúdos, "o Google recompensa o esforço", e esse princípio também se aplica às inteligências artificiais.
Ferramentas de SEO se adaptam ao cenário das inteligências artificiais
O próprio mercado de ferramentas de SEO já demonstra movimentação nesse sentido. Plataformas tradicionais como Semrush, Ahrefs e SE Ranking estão incorporando recursos que permitem monitorar quando uma marca é mencionada em respostas geradas por inteligências artificiais, ampliando a capacidade de análise sobre presença e visibilidade digital.
Apesar desse avanço, especialistas destacam que, na prática, o impacto direto das inteligências artificiais como ChatGPT e Gemini em tráfego e conversões ainda é limitado na maioria dos segmentos. Dados e análises recentes divulgados pela Semrush indicam que o crescimento no uso de ferramentas de IA não reduziu o volume de pesquisas realizadas no Google. Em muitos cenários analisados, usuários que passaram a utilizar assistentes de IA continuaram recorrendo aos mecanismos de busca tradicionais com a mesma frequência ou até de forma mais intensa.
Alerta de John Muller Google sobre o excesso de novas siglas
A preocupação com discursos sensacionalistas também é compartilhada por representantes do próprio Google. Em uma publicação feita em uma rede social, John Mueller comentou que "quanto maior a urgência e quanto mais intensa for a exaltação de novas siglas, maior é a probabilidade de que esse movimento esteja relacionado apenas a práticas de spam ou tentativas de golpe".
O comentário ocorreu em meio a discussões sobre novos termos promovidos como supostos substitutos do SEO tradicional e tem sido utilizado por profissionais do setor como um alerta importante diante da oferta de serviços e cursos baseados exclusivamente em novas terminologias.
Análise aprofundada disponível em vídeo
Para quem deseja aprofundar o tema, Luciano Arthur publicou em seu canal no YouTube um vídeo intitulado GEO dentro do SEO: a verdade que ninguém te conta. No conteúdo, ele apresenta uma análise detalhada do estudo da Ahrefs, testes práticos em projetos reais e os impactos dessa nova fase das buscas para empresas e profissionais.
O material oferece uma visão técnica, didática e baseada em dados sobre como SEO e inteligências artificiais coexistem e podem ser integrados de forma estratégica no marketing digital.