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Médica de Ribeirão Preto optou pela Mastectomia para Prevenir Câncer de Mama

annelise medica

 

Com forte histórico da doença na família, a ginecologista Annelise Ruiz passou por cirurgia de remoção das mamas e hoje afirma que se sente mais segura

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos da doença a cada ano, segundo informações do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), órgão ligado ao Ministério da Saúde. Não existe uma causa única para o aparecimento do tumor. Entre os fatores de risco relacionados à neoplasia estão histórico familiar e primeira gravidez após os 30 anos.

Foi justamente a combinação dos dois que fez com que a ginecologista e obstetra Annelise Ruiz, de 51 anos, que atua em Ribeirão Preto (SP), tomasse a decisão de retirar
as mamas. “Em um intervalo de 20 anos, minha mãe foi diagnosticada com a doença duas vezes, uma em cada mama. Minha avó materna e tia morreram em decorrência
do tumor. Além disso, fui mãe aos 42 anos, o que aumentou ainda mais as minhas chances de desenvolver o problema”, explica.

Annelise descobriu, então, um nódulo inconclusivo em um exame de mamografia, sugerindo uma biópsia. Pensando em todos os prós e contras e, depois que já havia amamentado a sua filha por um ano, decidiu, em agosto de 2011, realizar a mastectomia profilática.

A cirurgia consiste na retirada da região interna da mama – ou seja, das glândulas e dos ductos mamários, que são os locais mais prováveis de ocorrer a formação de um tumor – seguida pelo implante de prótese de silicone. “Se antes os meus riscos de desenvolver a doença podiam chegar a 80%, hoje é de 3% a 5%”, completa.

A médica alerta, contudo, que para passar pelo procedimento é necessário ter uma forte indicação. “O meu histórico justificava a cirurgia. Mas não é algo que todas as
mulheres que têm medo do câncer devem fazer. Até porque é um método invasivo e que muda muitos aspectos da vida”, destaca. A ginecologista explica que, ao retirar as mamas, a mulher não pode mais amamentar, por exemplo, e a sensibilidade nos seios tende a diminuir bastante.

Exame Genético e Nova Cirurgia
A mastectomia diminui as chances da mulher ter o câncer de mama, mas não a isenta completamente dos riscos. A ginecologista afirma que, em breve, fará uma nova cirurgia,
a de retirada dos ovários. “Os mesmos genes que, ao sofrerem mutação, podem causar o tumor de mama, também podem ser responsáveis pelo câncer de ovário. E esse tipo da doença é mais silencioso, uma vez que não pode ser detectado com exame de toque, e sua evolução é mais rápida”, afirma Annelise.

Antes, contudo, a médica fará o exame que detecta as mutações germinativas
nos genes BRCA, que elevam o risco da doença. “Vou fazer agora pensando
na minha filha, que está com oito anos. Se der positivo para a mutação, pode ser que ela também tenha o risco aumentado de desenvolver a doença. Esse tipo de informação é essencial para tomarmos medidas preventivas e que garantam nossa qualidade de vida”, diz.

Outubro Rosa e Prevenção do Câncer
O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu nos Estados Unidos, na década de 1990, para estimular a participação da população no controle do câncer de mama. A data é celebrada anualmente com o objetivo de compartilhar informações sobre a doença e promover a conscientização acerca da importância da detecção precoce do
tumor. Desde 2010, o Brasil participa da campanha por meio do Inca.

De acordo com o órgão ligado ao Ministério da Saúde, estima-se que 30% dos casos de câncer de mama possam ser evitados quando são adotadas práticas saudáveis como: praticar atividade física; alimentar-se de forma balanceada; manter o peso corporal adequado; evitar o consumo de bebidas alcoólicas; e amamentar.

Para Annelise, além destas, outra atitude é essencial para a qualidade de vida, o controle do estresse. “Acredito que felicidade espanta o câncer. Por isso, além de cuidar da minha saúde, procuro não ficar remoendo problemas, ainda mais na hora de dormir, gosto de conversar com as minhas pacientes e curtir momentos em família e entre amigos. Considero-me uma pessoa feliz e tento passar isso para a minha filha”, afirma a médica.

Autoexame de Mamas
Ainda no assunto de prevenção, a ginecologista Annelise Ruiz alerta sobre a importância do autoexame de mama. “Sempre lembro as minhas pacientes de fazerem em casa. É muito simples e pode salvar vidas, uma vez que, se o tumor for detectado logo no início, o seu tratamento tem altíssimas chances de sucesso”, destaca.

A médica indica a realização do autoexame uma semana após a menstruação, pois os seios não estarão mais sensíveis ao toque. Outra dica é fazer durante o banho, já que
a água e o sabão facilitam os movimentos e, depois, olhar no espelho para ver se tem alguma área onde a pele está repuxada. Qualquer indício de anomalia ou caroço devem
ser relatados a um profissional de saúde. Já a mamografia de rastreamento é recomendada, no Brasil, pelo Ministério da Saúde, que seja feita em mulheres de 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos (quando não há sinais nem sintomas). Para aquelas com casos da doença na família é indicado realizar o exame a partir dos 35 anos.

Por: Mariana Pacheco

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