Iniciativas setoriais mostram como a moda pode ser protagonista no enfrentamento das mudanças climáticas
O Dia Nacional da Sustentabilidade, celebrado em 25 de setembro, chama atenção para a urgência de repensar sistemas produtivos e reduzir impactos ambientais. Em 2025, a data ganha dimensão especial: o Brasil se prepara para sediar a COP30 em Belém, conferência na qual a economia circular será um dos eixos centrais dos debates sobre mudanças climáticas.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Circularity Gap Report 2024, apenas 6,9% dos materiais usados globalmente são reciclados ou reaproveitados, um índice em queda desde 2015. No setor da moda, os desafios são evidentes, mas também representam uma oportunidade de transformação.
No Brasil, o movimento em direção à circularidade já está em curso. Programas de desenvolvimento de fornecedores, monitoramento socioambiental e incentivo ao reuso e reciclagem de resíduos têxteis estão entre as iniciativas que vêm estruturando um novo modelo de cadeia de valor.
A Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), que representa as principais redes varejistas do país, tem desempenhado papel central nesse processo por meio do Programa ABVTEX, que há 15 anos acompanha e audita fornecedores em boas práticas de responsabilidade social, compliance e gestão ambiental.
“A sustentabilidade não pode ser vista como um diferencial, mas como um pré-requisito para o futuro da moda. A circularidade é um dos caminhos mais estratégicos para reduzir emissões e alinhar a cadeia produtiva às metas globais de descarbonização”, afirma Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX.
Entre os avanços recentes estão iniciativas voltadas para extensão do ciclo de vida das peças, o reaproveitamento de materiais têxteis, o estímulo ao consumo consciente, o uso de tecnologias que permitam rastreabilidade e recomposição de insumos e parcerias com instituições nacionais e internacionais para difundir conhecimento e apoiar a transição para modelos de produção mais responsáveis.
A inclusão da economia circular como tema estratégico da COP30 reforça a necessidade de setores intensivos em recursos a apresentarem soluções concretas. A experiência brasileira, com o programa de monitoramento e desenvolvimento de fornecedores já consolidado, coloca o país em posição de destaque nos debates internacionais sobre sustentabilidade e a Agenda ASG.
“O Dia Nacional da Sustentabilidade é uma oportunidade de reafirmar compromissos e mobilizar empresas, governos e sociedade. A moda tem o potencial de ser protagonista nesse movimento global, não apenas por seu impacto, mas pela capacidade de transformação que carrega”, complementa Lima.
Sobre a ABVTEX
Fundada em 1999, a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX) é a entidade que congrega as mais representativas redes nacionais e internacionais de varejo de moda, que comercializam itens de vestuário, calçados, bolsas, acessórios, além de artigos têxteis para o lar. É a principal interlocutora do setor junto a entidades ligadas à indústria, comércio e serviços; autoridades dos governos federal, estaduais e municipais; ONGs e associações; imprensa; e a sociedade em geral.
Promotora do diálogo entre toda a cadeia de valor da moda, a ABVTEX é reconhecida por suas iniciativas em prol do compliance, fornecimento responsável e a promoção do trabalho digno, por meio do Programa ABVTEX. Possui ainda como pilares de atuação o combate à falta de isonomia tributária frente aos e-commerces internacionais, à informalidade e o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva que abastece o varejo de moda, entre outras frentes.
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