Gustavo Di Risio @gustavodirisio Engenheiro de Computação formado pela Unicamp e com Pós Graduação em Gestão e Estratégia de Empresas, pela Faculdade de Economia da Unicamp. É empreendedor há 18 anos, tendo participado por 10 anos da Movile, desde o seu início. Em 2016, iniciou a formação em Investimento Anjo e Lean Startup, tendo criado o primeiro curso completo em Investimento Anjo no Brasil junto com o Investidor Fábio Póvoa. Este curso deu origem em 2017 à Angel.Education (www.angel.education), Startup de formação de Investidores e Empreendedores. Atualmente é professor da FIA e CEO da Angel, responsável pela formação de mais de 700 Investidores e centenas de Empreendedores.
O Brasil passa por um dos seus melhores momentos no mercado de startups, tendo visto, no último ano, o nascimento dos seus primeiros “unicórnios” – startups que atingiram o valor de US$ 1 bilhão. Com o grande aumento no número de novas empresas, o país viu crescer, também, a quantidade de investidores anjo, como são chamados os investidores de startups que aportam seus patrimônios pessoais em empresas nascentes. Somos mais de 8 mil investidores e um mercado com espaço para mais de 20 mil.
O investidor anjo é o primeiro investidor formal de uma startup e investe suas próprias economias em uma empresa com modelo de negócio ainda incerto, muitas vezes, motivado pela aposta no empreendedorismo e em ver nascer negócios promissores. Importante ressaltar que este investidor não financia o nascimento da empresa, mas tem o foco na aceleração e no crescimento do negócio. Os fundadores da empresa geralmente são os que empenham todo o seu esforço e reservas financeiras para criar a startup e conquistar seus primeiros clientes, afinal, ainda estão buscando o modelo de negócio e criando seu produto. Uma vez estabelecido o produto ou serviço e com os primeiros clientes já pagando, é hora de buscar o investidor para ganhar escala.
Por que, então, buscar um investidor anjo e não um empréstimo bancário? Porque o investidor anjo pode aportar muito mais do que dinheiro em uma startup: conhecimento de mercado, expertise em gestão de negócio e vendas, podendo, ainda, participar como um mentor e conselheiro dos fundadores – atividades por vezes mais valiosas que o valor financeiro investido. O investidor anjo entrega um investimento recheado de valores indiretos e que representa muito mais para a startup do que um empréstimo bancário.
Os investidores anjo buscam empresas com crescimento exponencial e rápido ganho de mercado. Por esta razão, eles não são sócios da startup, não constam no contrato social obrigatoriamente, mas são credores dos fundadores que buscam retorno na multiplicação do valor de mercado da startup. É na saída, em uma próxima rodada de investimento, que o investidor anjo realiza o seu ganho, não em dividendos pagos aos sócios.
Portanto, o que é necessário para se tornar um investidor anjo? Investir dezenas de milhares de reais em uma startup? A resposta é não! Considere investir cotas de R$ 1 mil em mais de uma startup; comece pequeno e acompanhando investidores experientes. Procure formação, capacite-se para alocar parcelas maiores, conforme for ganhando habilidade e diversificando seu portfólio. Como esta é uma modalidade de alto risco, você deverá ser o anjo de pelo menos 10 startups para ver nascer um novo negócio que dará a você ganhos maiores do que todas as perdas das demais.
Curta a jornada, este é um negócio para viver o empreendedorismo sem precisar ser o empreendedor e poder participar do nascimento dos próximos “unicórnios” brasileiros.