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Pare de procurar um Propósito: Viva a Vida

Pedro Custodio


Pedro Custódio

abeeon.com/pedro-custodio 
Advogado que carrega o escritório na mochila, escreve e ajuda outros advogados a terem mais tempo e mobilidade.
imagem Pexels

Recentemente, recebi um e-mail de uma advogada me pedindo socorro – sim, o assunto do e-mail era: “Socorro!”. Eu entendo perfeitamente, porque um dia eu tive que pedir socorro também. Nessa época, eu estava angustiado tentando descobrir qual era o meu propósito.

Ah, o propósito… Algo tão simples, que deveria ser fácil de identificar, pois faz parte da gente, mas, ao mesmo tempo, tão difícil de entender e, quando não “encontrado”, torna-se algo tão angustiante.

Gosto muito dessa citação da Paula Abreu: “O seu propósito de vida é ser você. Parece simples, mas não é. Sabe por quê? Porque você não sabe bem quem você é. E, se você não sabe quem você é, fica muito difícil ser você. E mais difícil ainda escolher a vida que você quer viver. Essa não é uma tarefa fácil, porque há uma grande chance de que você – assim como eu e a grande maioria das pessoas – tenha, até hoje, de forma consciente ou não, buscado o oposto da sua natureza única: ser igual a todo mundo”.

Por muito tempo, eu tentei descobrir qual era o meu propósito. Achei que era ser músico. Enquanto cursei a faculdade, carregava um violão nas costas. Toquei em festivais, acampamentos, conheci muita gente e viajei. Acho que eu sempre gostei de fazer a diferença na vida das pessoas, mas essa ideia de ser músico não pagava as minhas contas, por isso, achei que esse não era o meu propósito.

Depois de me formar em Direito, minha vida estava sendo previsivelmente escrita na cadeira de um escritório, enquanto eu esperava os ponteiros do relógio darem 18 horas. Se eu via propósito nisso? Acho que também não.

Quando olho para trás e vejo onde estou hoje, escrevendo este texto de um apartamento em Buenos Aires, onde vou morar por um mês com minha esposa e nossa Yorkshire, percebo que a vida é uma viagem, e não um destino.

Pelo menos para mim, ser um advogado não fazia parte do meu destino, mas se tornou parte da minha viagem – e eu coloquei um Ray-Ban, abaixei os vidros, aumentei o volume e estou curtindo o vento bater no meu rosto. Uma viagem com alguns poucos processos, mas alguns pedidos urgentes deferidos. Uma viagem com poucos clientes, mas com textos escritos e lidos por milhares de pessoas.

Uma viagem na qual jamais imaginaria receber um e-mail de um procurador federal aposentado que queria começar a carreira de advogado e precisava de ajuda para ser visto.

Já aconteceu com você da chave estar na sua mão e você fi car procurando pela casa toda? Talvez, o que a gente precisa é parar de tentar encontrar um propósito, mas procurar viver a vida com todas as possibilidades que ela oferece. É enquanto caminha que você pode encontrar o que busca.