A Americanas divulga evidências adicionais que apontam para a omissão de informações sobre o Risco Sacado pela antiga diretoria no processo em que o Bradesco está envolvido, enquanto esclarece o Programa de Antecipação de Fornecedores (PAF) e responde às acusações do Bradesco.
A Americanas emitiu uma nova declaração na segunda-feira (18/09) como parte do processo de Produção Antecipada de Provas, que foi iniciado pelo Bradesco. Nessa última manifestação, a Americanas trouxe à tona mais evidências que sugerem que a antiga diretoria da empresa estava ocultando informações cruciais relacionadas ao Risco Sacado.
Uma dessas evidências é uma planilha que foi anexada ao processo. Essa planilha foi apresentada pela antiga diretoria ao Comitê Financeiro em novembro de 2022 e escondeu o verdadeiro volume das dívidas na categoria de empréstimos. O grau de endividamento financeiro bruto, de acordo com essa planilha, era consideravelmente menor do que o valor real, que se aproximava dos R$ 17 bilhões no final de 2022, com projeção de queda nos anos seguintes. Uma simples comparação com o Quadro Geral de Credores revela essa discrepância. No caso do Bradesco, por exemplo, o endividamento informado na planilha era cerca de R$ 989 milhões, enquanto a dívida do banco, incluindo o Risco Sacado, era de aproximadamente R$ 5 bilhões, conforme a lista constante no processo de Recuperação Judicial.
No mesmo documento apresentado à Justiça, a Americanas também esclarece o processo de criação do Programa de Antecipação de Fornecedores (PAF) e demonstra que não possui relação com o tema Risco Sacado, como afirmou o Bradesco em sua petição judicial. Conforme ata da Ame anexada ao mesmo processo, o PAF é um programa de antecipação de fornecedores com financiamento próprio, implementado no final de 2021. Sua implementação passou por ampla discussão e aprovação junto aos órgãos superiores de governança da empresa, além de estar devidamente registrado nos demonstrativos contábeis, com total transparência para o mercado. Portanto, trata-se de financiamento com recursos da própria empresa e não representa dívida junto a bancos, conforme a qualificação pretendida pelo Bradesco.
A Americanas também responde às acusações do Bradesco de que teria criado obstáculos para atrasar o andamento do processo. No documento, a empresa aponta as falhas dessa narrativa e reafirma as razões pelas quais solicitou a suspensão do processo à Justiça. A Americanas lamenta o fato de o banco estar se baseando em uma narrativa infundada apresentada pelo principal acusado de conduzir a fraude na empresa para fazer alegações sem sustentação contra a companhia.
A Americanas reitera sua confiança na competência das autoridades envolvidas nas investigações e lembra que, desde a apresentação de provas sólidas à Comissão Parlamentar de Inquérito há mais de três meses, nenhum dos ex-diretores identificados como participantes da fraude de gestão apresentou contraprovas que invalidassem essas evidências. A empresa está profundamente comprometida com a busca pela verdade e reforça sua intenção de responsabilizar legalmente todos os envolvidos no caso.
Da Redação – Revista Empreende